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terça-feira, 18 de agosto de 2009

AGUARDEM O LANÇAMENTO DE GILDA

UM ROMANCE DE SU ANGELOTE E MARCOS TOLEDO GILDA A tarde caíra muito rapidamente. O cemitério do Caju no Rio de Janeiro já fora palco para muitas lágrimas de Gilda. Primeiramente perdera seu pai quando nem completara 10 anos. Fora uma morte súbita, deixando a pequena Gilda triste e desolada. Sempre fora apegada ao pai, um homem forte e determinado. Seu pai casara-se sem se formar academicamente, precisou de muito esforço para voltar a estudar depois do nascimento de Gilda e chegar a professor de Biologia da Universidade Federal do Estado do Rio de janeiro – UNIRIO. Gilda sempre achava que seguiria a carreira de médica, por se ver sempre envolta a tantos livros de medicina. Mas seu pai se fora cedo demais, fazendo-a desistir de seus sonhos iniciais. Fora educada em bons colégios, mesmo sendo de família simples, sua mãe sabia a importância de um bom estudo. Valeria a pena gastar as economias deixadas pelo pai para a sua educação e sustento delas. Gilda crescera num ambiente solitário, não tinha irmãos e a saúde de sua mãe sempre fora bastante fraca. Aos 15 anos já era uma bela mulher. Alta, esbelta, cabelos pretos e longos, com lindos cachos em suas pontas. Seus olhos eram castanhos escuros, realçando com sua pele muito alva. Ela chamava atenção por onde passava. No colégio era a mais cogitada para peças de teatro e bailes. Todos os rapazes da escola sonhavam em um dia namorar aquela bela moça. Mas Gilda não tinha tempo para namorar, muito menos para ir a festas ou se integrar em peças teatrais da escola. Precisava estudar muito, pois prestaria vestibular para o curso de administração dali a dois anos. Quando Gilda se formou sua mãe já se encontrava muito doente e dois meses depois veio a falecer de Falência Múltipla dos Órgãos. Daí então se tornou uma mulher solitária e determinada a ser alguém na vida. Sabia que uma mulher sozinha no mundo atual sofreria bastante discriminação, precisava se preparar para tal situação. Trabalhou arduamente todos esses anos de estudo. Fez muitos cursos sobre importação e exportação. Graduou-se e fez mestrado. Um dia, numa festa de aniversário de uma colega de trabalho, conhecera Renato, um homem maduro e estável financeiramente. Um advogado renomado do Rio de janeiro e com muitos escritórios fora do País. Namoraram apenas seis meses e resolveram casar-se. Gilda fora feliz por oito anos, quando descobriu que seu casamento era uma farsa, ao menos passou a ser a partir de então. Gilda tinha trinta e três anos quando separou-se de seu marido. Saiu desse casamento onde a traição batera a sua porta. Vivia bem com Renato, um casamento sólido, sem problemas financeiros e uma relação afetiva normal sem muita paixão. Não tinham filhos devido a um problema de saúde de Gilda. Ela engravidara, mas, veio a perder o seu bebê quando estava com seis meses de gestação. Ora uma perda dura para ela, sempre sonhou em ser mãe. Daí então não mais tentou ter filhos. Renato era caseiro, um homem com suas rotinas. Gostava de jogar tênis, ir ao teatro e jantar fora. Quando ele começou a trair Gilda essa rotina mudou e o seu comportamento também. Passou a chegar tarde em casa, vivia de posse de seu celular, levava-o até para o banheiro. Quando tocava corria para atender e às vezes dizia ser um colega qualquer, saindo da presença dela. Como Gilda confiava nele, não estranhara esse seu comportamento. Mas ele próprio a fez começar a observá-lo, depois que o telefone tocou e ela por acaso atendeu e do outro lado alguém desligou. Gilda olhou o número, não reconheceu como sendo de algum amigo, ficou esperando para que tocasse outra vez, mas isso não aconteceu. Quando ela falou para Renato que o telefone tocara e alguém desligou, ele se desesperou e gritou com ela: - “Quem mandou você atender se o telefone não é seu?”. Ela ficou intrigada e a partir daí começou a observar o comportamento dele. Assim, acabou por descobrir que ele a traía com uma “secretária” do seu escritório. Gilda mesmo com uma estabilidade financeira de fazer inveja a qualquer mulher da sociedade carioca, nunca deixou de trabalhar, sempre procurou estudar mais e se aprimorar no que mais gostava de fazer: Administrar. Por isso, não foi difícil para ela dar a volta por cima e seguir em frente como uma mulher divorciada. Comprou um apartamento e se mudou para outro bairro, muito distante de seu ex-marido. Jurou para si mesmo que nunca mais se casaria e nem se envolveria tão cedo com qualquer homem. Mas o que Gilda não sabia era que o destino reservava muitas surpresas para ela.