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domingo, 21 de junho de 2020

BOÊMIO ERRANTE

Sou um boêmio errante, em busca da noite
Da vida noturna, das mulheres, da orgia
Boêmio errante, sonhos ondulantes
Peito ardente pedindo clemente,
Um amor inconsequente, transparente!
 
Ouço serenatas dos apaixonados
Busca incessante pelo cheiro do amor
Coração marcando passo, vibrando
Olho ao redor e vejo a escuridão da solidão.
 
Onde encontrar alguém para amar
Meu coração vive a me enganar
Mas prefiro sofrer, chorar, me magoar
Sempre que meu coração mandar!
 
Assim terei a certeza que não estarei só
Nas noites claras pelas luas apaixonadas
Sempre a procura dos meus sonhos.
 
Su Angelote
 
 
 

TIAGO IORC - Você Pra Sempre Em Mim






Boemia Carioca e trecho do poema Boêmio Errante.

Boemia Carioca e trecho do poema Boêmio Errante. Clips filmados pelo fotógrafo Paulo Resende no Corredor Cultural do Centro da Cidade do Rio de Janeiro Câmera Digital Sony Cyber-Shot 8.1 Megapixels. Música de carnaval. Marchinha Cachaça não é água não Filme para ser enviado ainda para o site www.festivaldominuto.com.br Trecho do Poema Boêmio Errante de Su Angelote
 
 





UM POUCO DE MIM

O artista dos sentimentos, mesmo quando retrata aspectos mais ousados do cotidiano, guia-se sempre pela imaginação para atingir o objetivo da magia sugestiva.

Vivo em busca da harmonia da vida, da sutil engrenagem das ficções breves e que, como recompensa, tento entrar e sair de diferentes mundos imaginários, sem contudo deixar de vislumbrar o mais claro das relações humanas: o descobrimento de uma realidade velada pelos telões da consciência.

Noto pelo correr de minhas anotações, que me tornei uma mulher que percebeu em si mesma, um sentimento  “novo” de amor, identificando-o como uma manifestação da poesia da alma, poesia que fala da deriva dos sentimentos e, cada um deles, com características próprias.

Minha manifestação poética depende de cada momento em que a vida me impõe. É a arte particular e individual, que me deixa expressar de maneira diversa.

Noto em meus poemas, uma expressão de unidade e multiplicidade, fotografadas de maneira diversa e com feições próprias.

Reconheço ainda, a imposição de minha personalidade explodindo em rebeldia aos padrões sociais impostos. Vejo meus poemas apontarem para a ruptura com o pudorismo falso e superficial de alguns escritores, que durante muito tempo, vem dominando a cena com suas histórias de mulheres sofridas e com suas dramáticas cruéis, do homem como invasor do corpo da mulher.

Desempenho, voluntariamente, uma função que outras escritoras desdenharam e que tento preencher.

Buscar beleza passageira e fugaz da vida presente, o caráter do que se pode chamar de obscenidade, buscar complementos para os vazios da alma e do corpo mediante não só da beleza física, mas principalmente, mediante talento de uma ordem mais rara.

Na verdade, não é para deleitar o leitor nem para escandalizar, que coloco diante de seus olhos semelhantes imagens. O que torna precioso a leitura de meus poemas e os inumeráveis pensamentos que despertam. No entanto, na galeria imensa de tantos relatos, poemas e poesias, antevejo a mulher carente, a mulher galante, a mulher errante, a mulher luxúria, a mulher volúpia, mas vejo também, a  mulher alma, aquela que põe todo o seu engenho na construção do seu afeto.

Se dirigir o olhar ao horizonte, como animal, caçando, sinto a mesma exaltação, a mesma distração indolente, outras vezes me vejo uma espécie de boêmia errante nos confins de uma sociedade regular.

Frequentemente estranha, violenta, excessiva, mas sempre poeticamente amante. Tentando pintar o sabor doce e amargo do vinho da vida.