Tenho o dia inteiro para viver o desconhecidoViver as aflições da culpa de tudo que não vivi.Já não me deito nas camas alheiasMas me torturo pelo bem que elas me fizeram.
Santidade profana minha alma grita:Quem és tu mulher perdida?Uma feiticeira? Uma bandoleira?Ou será apenas um espírito malditoQue nunca passou pelo mundo perdido?
Camas alheias mal vividasAinda quentes, esperam o meu corpoVidas passadas que não me traíramMas que me atormentam com suas verdades.
Quero arrepender-me do que fizMas o que foi que eu fiz?Trai-te? Coibi-me? Aperfeiçoei-me?Não sei mais o que passa em minha mente.
Só sinto o corpo pesado da idade fluenteDe um passado dormente, triste, sem vidaO que procuras em mim já não existeApenas tu acreditas na utopia ríspida
Já não me deito em camas alheiasCom cheiro de suor, sexo e vergonhaJá não me deito na tua camaCom seus pecados, promessas e mentiras.
SU ANGELOTE POETANDO COM AS LETRAS De todas as farsas que me transformo prefiro a poetisa Que ama o desconhecido Acata o impossível E nunca teme o inevitável.
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segunda-feira, 24 de maio de 2010
CAMA ALHEIA
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