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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SU ANGELOTE HOMENAGEA EMERSON MACIEL


O jovem escritor, Emerson Maciel Santos, residente em Laranjeiras/SE, amante das letras desde a infância, é eleito para a Academia de Letras da cidade mineira Teófilo Otoni (ALTO). No dia 11 de Dezembro de 2010 será a cerimônia de posse com a presença de escritores de todo o Brasil, como também do exterior.




A partir das várias poesias que circulam pela internet, como no site pessoal www.emersonmaciel.com.br e pelos jornais, como O Liberal, elas chegaram até o secretário da Academia, Wilson Colares que analisou e avaliou juntamente com a equipe de júri da instituição. Assim o poeta foi indicado a ocupar a vaga dedicada a escritores de outros estados como membro correspondente.



Emerson Maciel é Membro Vitalício da Associação Internacional dos Escritores e Artistas – IWA, considerada a maior associação literária do mundo. Tem pouco mais de 1.310 membros, em mais de 112 países, e se destacam membros-escritores renomados como: Ernesto Sábato, da Argentina, Noan Chomsky, de USA, Fernando Alegría, do Chile, Ariano Suassuna, Fernando Henrique Cardoso, Presidente do Brasil (1994-2002), Frei Betto, Dr. Aécio Neves, Ex-Governador de Minas Gerais, dentre outros. Tornou-se membro por condecoração/convite enviado pela presidente Teresinka Pereira. A IWA tem sede em Toledo, OH, USA.



Em 2009 Foi nomeado Consul do Movimento Poetas Del Mundo por suas iniciativas em prol da cultura. O Movimento Poetas Del Mundo tem sede internacional em Santiago do Chile e sede Nacional Seção Brasil em Campo Grande – MS. Foi também nomeado como Embaixador do Circulo Universal da Paz em Laranjeiras/SE, que tem sede em Genebra-SU. No mesmo ano, numa sessão Solene foi nomeado “Árcade Honorário”, pela colaboração ao desenvolvimento da cultura em Sergipe e pela contribuição à edificação da história cultural. Título concedido pela Árcadia Literária do Colégio Atheneu Sergipense, Aracaju/SE.



Em fevereiro de 2010, fundou a primeira Rádio Web de Laranjeiras, a Rádio Brasil Casual www.radiobrasilcasual.com .Como Diretor da Rádio difundiu a marca Brasil Casual para todos os Estados do País. Foi também nomeado Chanceler do Movimento A Plêiade, por seus relevantes serviços prestados à comunidade cultural de Laranjeiras/SE.



Em 17 de Julho de 2010, a Rádio Brasil Casual foi homenageada durante o 3º Encontro de Radialistas e Amigos de Laranjeiras, com presença de todos os profissionais do Rádio AM e FM do Estado, sendo aclamado por todos pela brilhante iniciativa. Atualmente é Colunista-cultural do Jornal ‘O Liberal’. Venceu o 1º concurso de Poesias da FAESCL (2006), é também Membro-fundador do Clube Literário de Laranjeiras.



Diante das atividades culturais e literárias do poeta Emerson Maciel é que percebemos a criação poética desse jovem que está apenas no começo. É possível visualizarmos um percurso promissor dele, bem como para nossa Literatura, que em tempos de pós-modernidade, de identidades movediças, tem, aparentemente, transparecido uma produção literária, especificamente de poemas um pouco escassa. Constatamos uma produção mundial voltada para o sensualismo, o culto ao corpo, sexismo, ecologia, o amor líquido, como afirma Terry Eagleton (2010, p. 101), “O pós-modernismo decola quando já não se trata mais de ter informação sobre o mundo, mas de ter o mundo como informação”. Em meio a esse contexto regido pelo individualismo, consumismo, deparamo-nos com uma poesia capaz de alcançar os anseios mais profundos da alma humana: o desejo de amar e ser amado. É isso mesmo, essa é a temática predominante das poesias de Emerson Maciel, constantemente encontramos um eu lírico que não impõem empecilhos para o amor, para a expressão da subjetividade, dispondo o cerne do indivíduo, do sujeito presente nos poemas, nos contos, crônicas, canções.




segunda-feira, 15 de novembro de 2010

AONDE




Quem és tu mulher?
Com pouco mais de um ano, aprendesses a falar as
Tuas primeiras palavras.
Que vitória!
Poderias ter nascido sem o dom da fala.

Quem és tu mulher?
Aos 12 anos descobrisses o amor.
O amor puro, infantil, sem medos
Apenas mãos dadas, corações atados.
Que vitória!
Poderias ter nascido sem coração para amar.

Quem és tu mulher?
Aos 23 anos fosses mãe. Saudável, do jeito
Que a vida ensinou, expulsando seu filho com a dor,
Mas no coração a certeza da proteção.
Que vitória!
Poderias ter nascido sem útero.

Quem és tu mulher?
Aos 32 anos adotasses uma filha.
Era tanto amor para dar, que não substimasse
Tuas vitórias e te enchesses, mais uma vez,
De glórias.

Quem és tu mulher?
Aos 50 anos publicasses teu primeiro livro.
E se não bastasse, fosses além, e rompesses com
Teus romances, contando dores e alegrias.
És vitoriosa!

Sou? Quem eu sou?
Sou mulher, mãe, esposa, crente em Deus,
Sou filha, poeta, escrevo certo pelas linhas tortas
Das atribulações da minha vida.
Que vitória!
Ainda estou viva!

Amém!





quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Calem a boca, nordestinos!


Por José Barbosa Junior

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DECEPÇÃO





 

Tento jogar limpo para sobreviver o amargo da vida

Faço do meu coração um órgão que filtra as decepções

Trago a noite para dentro de mim como fogo de paixão

Reconheço que me perco nos mares das ilusões.



Vida insana, caminhos errantes, trafico as razões

Para mostrar a ti que a minha luta continua firme

Vou viver pensando assim transcendendo o passado

Deixando de encarar a mentira para desvendar a verdade.



Digo a mim mesmo o quanto sai ferida dessa guerra

De tentar mostrar-me digna de ser apenas mulher.

Que ama, que deseja, que quer ser amada e idolatrada

Mas, nesses caminhos de espinhos, apenas morri e envelheci.






MEU INFERNO





Era uma noite como todas as que estávamos acostumados. Paulo já tinha ido deitar-se e eu ficara assistindo TV, ou melhor, a TV ligada e eu pensando no noticiário do dia seguinte. O final de semana da nossa pequena família já tinha nome: “Inferno”. Isso mesmo. Era um inferno esperar Pedrinho voltar de suas noitadas.

Pedro tinha 17 anos. Sempre fora um menino calmo e muito estudioso. Nosso filho era um ótimo aluno, concentrado em seus estudos e tinha bons amigos. Não foi difícil descobrir que ele estava usando drogas. Seu comportamento mudara. De menino calmo e carinhoso, passou a ser agressivo, mal educado e recolhido. Não conversava e nem pedia ajuda. Se nós o encontrássemos com a porta do quarto trancada, fazia o maior barulho. Pedia sossego e individualidade.

Começamos a procurar drogas em seus bolsos quando voltava das baladas e sempre encontrávamos resquícios de maconha e dos papelotes. Seu rendimento escolar caíra e já não se comunicava com ninguém.

Pedi ajuda na igreja, falei com pessoas centradas no assunto, mas sempre recebia a mesma resposta: interne o menino. Como eu poderia internar um filho no meu de tantos drogados? Não entendia que aquilo seria a sua salvação. Meu marido não entendia, e começamos, também, a nos afastar dos amigos e parentes. Começamos a adoecer junto com o nosso filho.



Uma noite, Pedro saiu com um amigo que foi apanhá-lo em nossa casa. Tinha um carro bonito e fala mansa. Perguntei aonde eles iam, mas de resposta apenas um resmungo de meu filho. A madrugada chegou e ele não apareceu. Fiquei na janela de nosso apartamento vendo o dia clarear preguiçosamente e sem notícias do meu filho. Quando Paulo levantou-se me indagou o porquê de eu ter acordado tão cedo.

- Na realidade ainda não dormi. Pedro não voltou para casa.

Poucos minutos bastou para o telefone tocar. Era do Hospital. Pedro tinha sido socorrido em estado de coma. Corremos para o hospital em desespero. Nunca pensei que receberíamos uma notícia dessas nas primeiras horas da manhã. É verdade que vivíamos alerta esperando os noticiários, para o caso do nosso filho não voltar para casa, mas agora que aconteceu, parecia um pesadelo.

Na recepção fomos informados que ele teve uma parada cardiorrespiratória e alguém o deixou na emergência do hospital.

O médico apareceu e eu perguntei:

- Qual o diagnóstico de meu filho, doutor? Por favor, não nos esconda nada.

- Seu filho morreu!



EMOÇÕES



 

Quem sou eu? Eu sou apenas poeta.

Vivo a vida recriando emoções e acordando apaixonada.

Sou poeta, porque existo num mundo de transformações.

Ah! Que vida poderíamos ter, se não houvesse a poesia?

Lamentos seriam guardados e vidas nunca seriam poupadas.

Ah! Como eu queria ser eu mesma. Vivendo nesse mundo De histórias mal contadas e avessos transversos.

Queria ser eu mesmA. Queria ser poeta. Ter a luz própria Da Vida que jurou transformar-se em ser humano.

Mas quero ter a certeza de nunca deixar de sonhar.

Ah! Como eu quero ser mulher. Ser feliz e saber trazer a Felicidade para quem comigo estar.

Quero você, quero a vida, quero as noites de luas cheias. Quero ser eu!!

Quero apenas ser poeta e mostrar minha imaginação através das letras.